Saber como socorrer uma pessoa que sofreu parada cardíaca pode fazer a diferença entre a vida e
A Associação Americana do Coração divulgou as novas diretrizes mundiais para o atendimento da parada cardiorrespiratória (PCR).Segundo documento divulgado na última segunda-feira pela American Heart Association (AHA), válido também no Brasil, a massagem cardíaca deve ser priorizada, especialmente quando quem estiver prestando socorro não tiver treinamento.
A orientação havia sido adiantada em novembro de 2009, na reunião da Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação (Ilcor, na sigla em inglês) e só não é válida se a vítima for criança ou em casos de afogamentos e acidentes, quando é a falta de oxigenação que leva à parada cardíaca.
O grande foco está nas massagens cardíacas, que podem ser feitas pela própria população. A massagem cardíaca data de 1740, mas a maioria das pessoas não sabe como realizá-la. Se ela for aplicada corretamente e imediatamente a vítimas de parada cardíaca, pode salvá-las.
São cem compressões por minuto, realizadas na altura mediana do osso externo do tórax, com profundidade exata de 5 cm, para adultos e crianças maiores de 1 ano.
Essa ação, segundo Sergio Timerman, cardiologista do InCor (Instituto do Coração), pode não só salvar a vida de uma pessoa com parada cardiorrespiratória como resultar em menor número de sequelas neurológicas.
As massagens são cruciais para o retorno da circulação espontânea do sangue, o que resulta em sobrevivência com qualidade de vida. Estudos internacionais mostram que a sobrevida das vítimas de PCR pode chegar a 75% se a massagem cardíaca for realizada de maneira adequada e precoce, seguida de choque com desfibrilador, no prazo de três minutos desde a parada cardiorrespiratória.
BOCA A BOCA
As novas diretrizes recomendam ainda que somente pessoas treinadas em suporte básico de vida agreguem a respiração "boca a boca" às massagens cardíacas.
"Ao se preocupar com a respiração boca a boca, a pessoa não treinada diminui o número e a qualidade das compressões, o que não é adequado, já que são essas as manobras principais até a chegada do socorro médico", diz Timerman.
As novas recomendações também visam melhorar a eficácia do tratamento hospitalar. Além do controle de parâmetros clínicos como pressão arterial, temperatura e glicemia e eletrólitos, está preconizada a realização do cateterismo, com angioplastia e implantação de stent, imediatamente após a para da cardiorrespiratória.
Estudos internacionais revelam que pacientes vítimas de parada cardiorrespiratória submetidos a esses procedimentos apresentam até 30% menos sequelas neurológicas decorrentes da PCR.
Outra importante técnica recomendada é a hipotermia -técnica de diminuição controlada da temperatura do corpo, para recuperação de células e de tecidos danificados pela baixa oxigenação do sangue. Com ela, estudos apontam que os pacientes têm três vezes mais chances de sobreviver à PCR sem sequelas neurológicas.
fonte: EstadaoOnline/FolhaOnline/ODia
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