segunda-feira, 29 de julho de 2013

Qual a diferença entre enxaqueca e cefaléia?

Enxaqueca

Enxaqueca (do Árabe ach-chaquica) é um distúrbio ou uma afecção (doença) caracterizada pelo aparecimento de crises repetidas de dores de cabeça de intensidade variável, geralmente abrange apenas uma metade do crânio e é acompanhada de mal-estar geral, náuseas e vômitos.

As enxaquecas são cefaléias ou dores de cabeça localizadas numa metade do crânio (hemicranianas), intermitentes (surgem em intervalos regulares ou irregulares) e repetidas, muitas vezes, de natureza hereditária. É um distúrbio muito comum, que afeta de 15 a 20% dos homens e 25 a 30% das mulheres. Mais da metade das pessoas que sofre desse mal apresenta histórico familiar.

Cefaléia

Já a cefaléia (do Grego kephalaia, pelo Latim cephalaea) é uma dor de cabeça difusa ou localizada, aparece no decorrer da evolução de uma afecção orgânica, pode intensificar-se sob o efeito de certas influências externas, tais como luz e barulho intensos ou de causas internas: abalo emocional e trabalho intelectual prolongado e exaustivo.

São inúmeras as causas da dor de cabeça, sendo as mais comuns aquelas relacionadas a problemas digestivos, do fígado, dos olhos (acuidade visual), estresse, prisão de ventre, abuso de bebidas alcoólicas, tensão nervosa, sinusites, nevralgias da face, pressão alta, flatulência, problemas dentários, enxaquecas, meningite, tumores e hemorragias cerebrais, etc.

As cefaléias psicogênicas aparecem sem qualquer causa orgânica. São encontradas muitas vezes em casos de ansiedade ou de pressão. Como os fatores determinantes e as causas são múltiplos, é necessário investigar e conhecer a natureza de tais problemas.
Como se classificam as enxaquecas?
Embora existam vários subtipos de enxaqueca, três englobam a grande maioria das pessoas:

Enxaqueca clássica – incidência: 10%
Sintomas e sinais físicos: 

• Dor latejante forte e unilateral, sempre começando e, em geral, permanecendo em um lado da cabeça.

• Cefaléia acompanhada de náusea, podendo ocorrer vômitos ou não; metade do distúrbio apresenta sintomas de aviso (auras) 30 minutos antes do início da dor. As auras típicas duram alguns minutos e incluem manchas borradas ou brilhantes na visão, ansiedade, fadiga, pensamento perturbado, intumescimento e formigamento de um lado do corpo.

• A crise começa, tipicamente, pela manhã, atinge seu pico dentro de uma hora, dura de 4 a 24 horas e manifesta-se várias vezes por mês.

• Palidez, vômito.
Enxaqueca comum – incidência: 80%
Sintomas e sinais físicos:

• É o subtipo mais comum.

• Dor latejante forte, podendo ser frontal, unilateral ou bilateral.

• Os sintomas de aviso (auras) são raros.

• Em geral, o mal pode durar de um a três dias.

• Infelicidade.
Cefaléia em grupo ou complicada – incidência: 10%
Sintomas e sinais físicos:

• Dor forte, imprevisível, em geral localizada ao redor dos olhos.

• Tende a ocorrer em grupos de uma a três cefaléias, durante um ou vários dias, podendo novamente ocorrer nas próximas semanas.

• Sem sintomas de aviso.

• Pode estar associada com sensibilidade à luz, lacrimejamento, nariz entupido e comportamento agitado;

• Sinais neurológicos leves, tontura, perturbação visual, distúrbio da fala, perda da sensação de um lado do corpo, falta de constância.
Quais são as suas possíveis causas (etiologias)?
• Instabilidade do sistema vascular.

• Distúrbios de plaquetas (trombócitos).

• Distúrbio neural.

• Alergias e intolerâncias alimentares (há pouca dúvida de que a alergia e a intolerância alimentar sejam as principais causas da enxaqueca).

• Mau funcionamento hepático.

• Toxemia intestinal (a conversão do aminoácido tiramina pelas bactérias do intestino grosso)

• Síndrome de disfunção da articulação temporomandibular, etc.
Quais são os fatores precipitadores da enxaqueca?
• Bebidas alcoólicas, especialmente o vinho tinto.

• Algumas substâncias como, por exemplo, nitratos, glutamato monossódico, nitroglicerina.

• Alterações emocionais, decepções, estresse e emoções intensas.

• Alterações hormonais, menstruação e pílulas anticoncepcionais.

• Estresse, exaustão física e mental, insônia e/ou poucas horas de repouso e sono.

• Hábitos alimentares errôneos, alérgenos, fritura, gordura animal, carnes curadas/defumadas, frutos do mar, chocolate, cafeína, álcool, vinho tinto, queijo curado, frutas cítricas, nozes, sorvete, glutamato de monossódio, aspartame, etc.

• Alterações climáticas, exposição ao sol e mudança de pressão barométrica.

• Ofuscação/luminosidade e barulhos intensos.

• Suspensão de vasopressores, por exemplo, cafeína, drogas simpaticomiméticas, ergotamina (substância extraída do espigão do centeio, um tipo de cereal) etc.
Como deve ser a dieta para quem sofre de enxaqueca?
Todos os alérgenos alimentares e aqueles alimentos que contenham aminas vasoativas devem ser eliminados. O antigo filósofo grego Plínio sabia que a tâmara fresca era uma das causas da dor de cabeça; hoje, sabe-se que essa fruta contém amina, agente causador desse mal.

Os primeiros alimentos a serem eliminados ou evitados são: cafeína, chá (quente ou gelado), coca-cola, bebidas alcoólicas, queijos gordurosos (exceto o tipo cottage), mussarela, iogurte, nozes, creme de amendoim, chocolate, frutas cítricas (laranja, toranja, limão, lima e abacaxi), bolos e pães à base de lêvedo (fermento), carnes processadas defumadas e curadas, frutos do mar, banana, tâmara, ameixa vermelha, abacate, passas e figo enlatado. A dieta deve ser pobre em fontes de ácido aracdônico (gordura animal) e rica em alimentos que inibem a agregação de plaquetas, por exemplo, peixe, óleos vegetais, óleo de peixe, gengibre, alho e cebola.
Como a psicoterapia analisa a enxaqueca?
No auge de uma crise de enxaqueca, a pessoa acometida pelo mal necessita de ficar só, de isolar-se do “mundo”, no seu leito e num quarto escuro. É possível, assim, considerar-se que toda doença apresenta uma função implícita, a de reintegrar o “ser”, ou seja, a de fazer com que a pessoa se volte para si mesma, para o seu interior, para as suas reais fragilidades e necessidades e reflita sobre a sua vida, seu comportamento e hábitos nocivos.

A enxaqueca, muitas vezes, pode significar as “dores de cabeça” que a pessoa sente em relação a sua própria vida, angústia, trabalho, familiares e pessoas queridas, a descrença na solução dos problemas, sentimentos de culpa, peso de consciência, vazio existencial, fuga, desejos sexuais auto-reprimidos etc. Em nossa cultura, a dor de cabeça tem sido uma desculpa encontrada pelas pessoas para justificar o desinteresse por algo, a ausência em algum evento ou a não participação nele, a insatisfação, o desejo de ficar só (forma encontrada para ocultar angústias, infelicidade, depressão...), os conflitos interiores, as incoerências na própria conduta e no agir.

Não obstante, tantas vezes ser usada como pretexto, a dor de cabeça pode ser real. Alguns psicoterapeutas correlacionam a enxaqueca como sendo uma transferência da sexualidade para a cabeça, pois as pessoas que sofrem de enxaqueca (na maioria, mulheres), geralmente, apresentam também “dificuldades” em relação à sexualidade. Entre os que sofrem de enxaqueca, encontram-se os que, por alguma razão, suprimiram completamente a sexualidade de suas vidas, que transferiram os assuntos do corpo para o cérebro e aqueles ansiosos por convencerem aos demais da plenitude de sua vida sexual.
A enxaqueca tem cura?
É perfeitamente possível tratar a enxaqueca com resultados efetivos, desde que o paciente colabore e não desista do tratamento logo nas primeiras semanas. Mais indicada, podendo oferecer excelentes resultados a curto e a longo prazo, é a abordagem terapêutica holística e naturopática, que envolva mudanças de hábitos, dieta, remédios botânicos, suplementos nutricionais, acupuntura para harmonizar os meridianos, massoterapia seguida de manipulação e realinhamento cervical, relaxamento neuropsíquico e muscular, yoga e meditação.

Toda pessoa que sofre de crises persistentes de dores de cabeça deve consultar um neurologista, para que se possa identificar a sua causa e eliminarem-se fatores de risco, como aneurisma e tumor cerebral. 

sábado, 27 de julho de 2013

SAE - SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

A elaboração da sistematização da assistência de enfermagem é um dos meios que o enfermeiro dispõe para aplicar seus conhecimentos técnico-científicos e humanos na assistência ao paciente e caracterizar sua prática profissional, colaborando na definição do seu papel. As atividades de competência e as funções da enfermagem têm ficado cada vez mais definida pelos órgãos oficiais de legislação da profissão. Hoje percebemos a ênfase que se tem dado, por parte dos enfermeiros, à importância na documentação e registro do plano de cuidados de saúde de sua clientela, inclusive exigido pela Lei do Exercício Profissional – Documentos Básicos de Enfermagem: COREN- SP. Assim sendo, precisamos encontrar caminhos para desvincular as atividades de enfermagem de tarefas burocráticas alheias as suas atividades específicas e assegurar o exercício profissional centrado na assistência ao paciente.

O foco principal da Sistematização da Assistência de Enfermagem é guiar as ações de enfermagem, a fim de atender as necessidades individuais do paciente, família e comunidade. A SAE propõe para os profissionais, setor, instituição de saúde, paciente e os demais envolvidos, a utilização do conhecimento técnico-cientifico e habilidades de forma organizada, sistematizada e orientada. Sua implantação favorece a comunicação do enfermeiro com a equipe multidisciplinar envolvida nos processos habituais da Assistência, é fundamental no fornecimento do cuidado de forma holística e de qualidade, esta incorporada ao processo da assistência de enfermagem e garante ao profissional a manutenção da autonomia no cuidar, sendo a Sistematização da Assistência de Enfermagem o inicio do caminho a ser percorrido para alcançar um resultado, com isso faz-se evidenciar que a enfermagem não utiliza único e exclusivamente prescrições medicas e sim dissocia sua prática com um propósito em comum que é a recuperação plena e satisfatória do paciente.
cleta de dados sae enfermagemA sistematização da assistência passou a ser uma ferramenta que favorece a aproximação das funções assistenciais do enfermeiro ao gerenciar e otimizar a assistência. O enfermeiro ao desenvolver atividades diárias essenciais como o plano de cuidados que requer observação, coleta de dados, planejamento, prescrição e avaliação dos resultados prestados ao paciente. Deve este profissional dominar conhecimentos de semiologia, fisiologia, patologia e habilidades inerentes a profissão. Embora já se comprove através de estudos e vivência clinica que a implantação da Sistematização da Assistência de Enfermagem no processo de enfermagem é essencial para o progresso doa relação paciente-enfermeiro. Entretanto, a SAE não faz parte da nossa realidade, sendo ainda o seu desenvolvimento pouco adotado na prática dos profissionais em serviços de saúde. Mesmo tendo a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) como objeto da resolução do Cofen 272/2002, que determina que a mesma seja uma atividade privativa do enfermeiro, dispõe sobre a obrigatoriedade da sua implantação e que aconteça nas seguintes etapas:

Histórico de enfermagem,
Exame físico ,
Diagnóstico de enfermagem,
Prescrição e evolução da assistência de enfermagem
Relatório de enfermagem;


Veja Também:
Instrumento de coleta de Dados na Enfermagem
Anamnese na Enfermagem
formalmente registrado no prontuário do paciente, sendo uma forma de direcionar suas necessidades, partindo do entendimento da importância de se prestar um cuidado pautado em uma metodologia científica e princípios éticos, assegurando aos pacientes favorecidos com a assistência sistematizada a continuidade do cuidado, qualificação e humanização da assistência, através da aplicação da SAE.
Diante de todo beneficio comprovado pela assistência sistematizada de enfermagem somos vitimas dos maiores favorecidos: os profissionais de saúde entre eles o enfermeiro mais beneficiado por esta ferramenta de trabalho que só agregou valor, padronização, unificação, auto direção e qualidade na assistência prestada ao paciente, só que acompanhado desses benefícios, há a necessidade de assumir responsabilidade que muitos enfermeiros estão dispostos que é a constante atualização e dedicação técnico- cientifico que o processo exige, realizam algumas etapas isoladamente prejudicando a continuidade do processo a articulação entre teoria e pratica.
A Sistematização da Assistência de Enfermagem é uma ferramenta de trabalho útil para o enfermeiro quando é aplicada corretamente, possibilitando a consolidação da autonomia profissional, que só será adquirida quando toda a classe utilizar essa metodologia em suas ações.

Existe uma cartilha sobre a SAE, que é obrigatória e exclusiva função do Enfermeiro. http://www.corensp.org.br/node/34057

sexta-feira, 19 de julho de 2013

AVC

Um teste clínico realizado na China demonstrou que a aspirina, combinada com um medicamento usado para evitar coágulos, é melhor do que a aspirina sozinha para reduzir o risco de acidente vascular cerebral, segundo resultados publicados nesta quarta-feira (26).


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Pesquisas publicadas no New England Journal of Medicine mostraram que a terapia combinada reduziu em um terço o risco de derrame em um teste aleatório com 5.170 pacientes que sofreram AVCs menores e foram tratados durante um período de acompanhamento de três meses.

Se confirmado por um teste simular, realizado agora nos Estados Unidos, a combinação usando clopidogrel (Plavix) e aspirina pode mudar o padrão de cuidado, afirmam especialistas.

"Os resultados foram surpreendentes", disse Claiborne Johnston, professor de Neurologia da Universidade da Califórnia, em São Francisco, coautor sênior do estudo.

Entre os pacientes que ingerem as duas medicações, 8,2% sofreram outro AVC nos três meses seguintes, contra 11,7% dos pacientes que tomaram só aspirina.

O teste de fase III, realizado na China, denomina-se Chance (Clopidogrel em Pacientes de Alto Risco com Eventos Vasculares Cerebrais Agudos Não incapacitantes).

O programa de pesquisas é quase idêntico a um teste financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde nos Estados Unidos.

O clopidogrel é comercializado nos Estados Unidos como Plavix pelo laboratório Bristol Myers Squibb e versões genéricas estão disponíveis.

Os AVCs ocorrem quando o fornecimento de sangue para o cérebro é interrompido por um coágulo ou um vaso rompido.

Segundo a Federação Mundial do Coração, cerca de 15 milhões de pessoas sofrem um AVCs em todo o mundo, que deixam quase seis milhões de mortos e cinco milhões de incapacitados permanentes.

http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/afp/2013/06/27/combinacao-de-remedios-e-melhor-do-que-aspirina-para-evitar-avc.htm

quinta-feira, 18 de julho de 2013

MIOMAS

Miomas (também conhecidos por fibromas ou leiomiomas) são tumores sólidos benignos formados
por tecido muscular. De acordo com a região do útero acometida, existem quatro tipos diferentes de miomas: subserosos, intramurais, submucosos e pendulados. Seu tamanho pode variar bastante e alguns provocam aumento grande do abdômen. Mulheres negras são mais vulneráveis ao desenvolvimento de miomas.
Tratamento
Os casos de mioma que não apresentam sintomas importantes não exigem tratamento imediato, mas devem ser acompanhados regularmente.
Para a mulher que se aproxima da menopausa, o tratamento medicamentoso para bloquear a produção de estrógeno é o mais indicado. Essa técnica também facilita a remoção cirúrgica do tumor porque a supressão da função ovariana pelo hormônio ajuda a diminuir o tamanho dos miomas.
Pode-se, ainda, recorrer a técnicas cirúrgicas como a histerectomia (retirada do útero) e a miomectomia (retirada do mioma) por via vaginal ou cirúrgica.
A embolização é uma técnica moderna de tratamento que apresenta bons resultados: através da artéria femural, partículas impactantes são introduzidas na circulação para interromper o fluxo de sangue que nutre o mioma.
Causas
Não há uma única causa para o aparecimento dos miomas. Sabe-se que estão associados principalmente à produção de estrógeno, embora uma parcela seja sensível à ação da progesterona, e que sua incidência diminui depois da menopausa.
Sintomas
Alguns miomas são assintomáticos. Quando os sintomas aparecem, os mais importantes são:
* Aumento abundante do fluxo menstrual;
* Aumento do volume do abdômen;
* Dor;
* Anemia;
* Infertilidade;
* Abortamentos;
* Compressão sobre a bexiga e intestino, provocando desconforto urinário e gastrintestinal.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser feito levantando o histórico da paciente e pelo toque vaginal. Exames de imagem, como o ultra-som e a ressonância magnética, também são importantes para o diagnóstico.
Recomendações
* Consulte seu ginecologista regularmente. Nas consultas de rotina, muitos casos de miomas podem ser diagnosticados;
* Pratique exercícios físicos, pois eles ajudam a diminuir os níveis de estrógeno no organismo e, conseqüentemente, o desenvolvimento de miomas;
* Procure levar vida saudável. Não fume, beba com moderação, controle o peso corpóreo.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Profissões que oferecem mais risco de câncer

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) lançou, no final de abril deste ano, a publicação “Diretrizes para a Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho". De acordo com o documento, pelo menos 19 tipos de tumores – entre eles os de pulmão, pele, fígado, laringe, bexiga, mama e leucemias – estão relacionados à ocupação e ao ambiente de trabalho.
O objetivo é facilitar a identificação da causa de determinados tipos de câncer por agentes específicos, e levar a políticas públicas de revisão dos ambientes de trabalho insalubres. A partir de 2000, os dados sobre câncer passaram a ser coletados e tratados por meio dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC).
No Brasil, até então, o registro e a documentação destes agravos não eram feitos de maneira apropriada. “O país era carente deste tipo de informação porque nós não tínhamos ainda uma forma adequada de coleta e indexação de dados, para realizar correlações de causa e efeito e poder, por meio do tratamento destes, colher evidências epidemiológicas de potenciais agravos em determinados grupos profissionais”, ressalta Getúlio Albuquerque da Silva, coordenador médico do Centro de Saúde Ocupacional do Einstein.
Apesar disso, ainda existe o temor decorrente da informalidade de determinadas ocupações, que faz com que estes registros não sejam amplamente catalogados e as fontes geradoras não identificadas.
Ademais, no Brasil, vários produtos cancerígenos já abolidos em outros países ainda são largamente utilizados. Temos como exemplo a fibra mineral asbesto, que provoca câncer de pulmão e câncer do aparelho digestivo, sendo largamente usado como isolante térmico em sistemas de freios, telhas, caixas de água, sem um controle adequado da utilização deste produto. “As grandes indústrias do segmento praticamente aboliram o uso, mas existem várias pequenas indústrias, pequenos comerciantes que ainda lidam e ainda fabricam produtos com esta substância. Este público fica à margem do controle epidemiológico, das evidências e das fiscalizações”, destaca dr. Getúlio Albuquerque.
Em grandes corporações e empresas com serviços de segurança e saúde estruturados, é possível encontrar ferramentas de monitoramento e controle destes agentes, propiciando a detecção precoce de agravos à saúde do trabalhador, e a tomada de ações importantes no controle destas substâncias, inclusive, abolindo o uso de produtos que são cancerígenos e os substituindo por outros.
Para mudar este quadro, especialmente no caso dos trabalhadores informais, é fundamental procurar conhecer as fontes e os impactos desta forma de trabalho na saúde da população trabalhadora, procurando protegê-los por meio da conscientização dos contratantes e prestadores, mudanças de insumos, processos e uso de equipamentos de proteção adequados.
“O grande salto seria propiciar o cruzamento de informações sobre produtos e meios produtivos, com queixas, sintomas e doenças de forma mais abrangente”, conclui dr. Getúlio. Desta forma, por meio da integração deste sistema com o prontuário eletrônico do SUS e outros mais, garantir a detecção precoce e eficaz das fontes destes agentes, para então, a formulação de ações de educação, conscientização, prevenção, controle e combate a estes agravos.

DOENÇA DE CROHN

Enfermidade inflamatória crônica do sistema digestivo 

A doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória crônica que pode afetar todo o sistema digestivo, mas acomete especialmente o íleo terminal (parte inferior do intestino delgado) e o cólon. Esse processo inflamatório é extremamente invasivo e compromete todas as camadas da parede intestinal: mucosa, submucosa, muscular e serosa.

A causa da enfermidade é desconhecida, mas não estão descartadas as hipóteses de que seja provocada pela desregulação do sistema imunológico, ou seja, do sistema de defesa do organismo. Fatores genéticos, ambientais, dietéticos ou infecciosos também podem estar envolvidos.

A doença de Crohn se manifesta igualmente em homens e mulheres e, em grande parte dos casos, em parentes próximos. A incidência é maior entre os 20 e os 40 anos e mais alta nos fumantes. Doença de Crohn é um fator de risco para o câncer de intestino.

Sintomas

Os sintomas mais comuns da doença de Crohn são dor abdominal (geralmente no quadrante inferior direito) associada à diarreia (com ou sem sinais de muco e sangue), febre, perda de peso e enfraquecimento por causa da dificuldade para absorver os nutrientes.

Podem ocorrer, ainda, sintomas provocados por complicações à distância, como dores articulares, aftas, lesões de pele do tipo pioderma gangrenoso (ferida com a aparência de um vulcão) e do eritema nodoso (nódulos dolorosos e avermelhados na subepiderme), além de inflamação dos olhos (uveíte), pedras nos rins e na vesícula.

As complicações mais graves, porém, são a obstrução intestinal e, em 30% dos casos, a presença de fissuras e fístulas, ou seja, de perfurações no intestino que podem drenar para a região perineal, para a vagina e para a bexiga.

Diagnóstico

O exame clínico e o levantamento da história do paciente, assim como alguns exames de sangue, são instrumentos importantes para o diagnóstico da doença de Crohn. No entanto, como a enfermidade pode comprometer todo o aparelho digestivo e desenvolver sintomas semelhantes aos de outras moléstias gastrintestinais, é necessário localizar as áreas afetadas, por meio de exames de imagem, como endoscopia digestiva, colonoscopia, raios X do trânsito intestinal (enema opaco), tomografia e ressonância magnética, a fim de estabelecer o diagnóstico diferencial.

Tratamento

Ainda não se conhece a cura para a doença de Crohn. Mesmo quando ocorrem períodos de remissão espontânea, as crises podem recidivar.

O tratamento é instituído de acordo com a fase de evolução da doença, que pode ser classificada em leve, moderada e grave. Basicamente, ele se volta para conter o processo inflamatório, aliviar os sintomas, prevenir as recidivas e corrigir as deficiências nutricionais. Nas fases agudas, pode ser necessário administrar corticosteroides por via oral.

Se o paciente não responder a esse tratamento, existem drogas imunossupressoras que induzem períodos de remissão clínica, mas podem ter efeitos colaterais adversos. Na maioria dos casos, a intervenção cirúrgica fica reservada para os quadros graves de obstrução intestinal, doença perineal, hemorragias e fistulas.

Recomendações

A maioria dos doentes, quando entra em remissão, leva vida praticamente normal. Algumas medidas simples podem ajudar a prevenir as crises.

* Não fume;

* Pratique atividade física moderada;

* Procure identificar os alimentos que lhe fazem mal e evite os que podem agravar os sintomas;

* Controle o peso;

* Evite, na medida do possível, as situações de estresse;

* Reduza a ingesta de alimentos gordurosos de origem animal e de alimentos ricos em fibra;

* Peça a orientação de um nutricionista para selecionar uma dieta balanceada;

* Verifique o aspecto das fezes sempre que utilizar o vaso sanitário. Se notar sinais de sangue e alterações sem justificativa aparente nos hábitos intestinais, consulte um médico.

Conheça mais:
https://www.sincrohnia.com.br/abbott/Portugues/o-que-e-doenca-de-crohn-lista.php


Conjutivite

Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras. Em geral, ataca os dois olhos, pode durar de uma semana a 15 dias e não costuma deixar sequelas.
Causas

A conjuntivite pode ser causada por reações alérgicas a poluentes ou substâncias irritantes como poluição e o cloro de piscinas, por exemplo, e por vírus e bactérias. Neste último caso ela é contagiosa.

Sintomas

* Olhos vermelhos e lacrimejantes;

* Pálpebras inchadas;

* Sensação de areia ou de ciscos nos olhos;

* Secreção;

* Coceira.

Recomendações

* Evite aglomerações ou freqüentar piscinas de academias ou clubes;

* Lave com freqüência o rosto e as mãos uma vez que estas são veículos importantes para a transmissão de microorganismos patogênicos;

* Não coce os olhos;

* Aumente a frequência com que troca as toalhas do banheiro ou use toalhas de papel para enxugar o rosto e as mãos;

* Troque as fronhas dos travesseiros diariamente enquanto perdurar a crise;

* Não compartilhe o uso de esponjas, rímel, delineadores ou de qualquer outro produto de beleza.

Tratamento

Lave os olhos e faça compressas com água gelada, que deve ser filtrada e fervida, ou com soro fisiológico. Para a conjuntivite viral não existem medicamentos específicos. Cuidados especiais com a higiene ajudam a controlar o contágio e a evolução da doença. Acima de tudo, não se automedique. A indicação de qualquer remédio só pode ser feita por um médico. Alguns colírios são altamente contra-indicados porque podem provocar sérias complicações e agravar o quadro.

Entenda o ciclo: